Insisto que não sei. E reluto. Não sei e ponto. As dúvidas perpassam fervorosas a mente de um adolescente. A única maneira considerada útil para buscar as respostas da vida (ao menos nessa etapa dela) é questionar a maior quantidade de amigos possível, de modo a consolidar uma idéia que porventura já se tenha do assunto, ou mesmo aceitar novas interpretações e acatar novos conceitos. Pois bem. Mas não consigo. Quero seguir meu coração. Mesmo diante de uma gama considerável de opiniões, continuo a achar que o caminho mais correto está não somente perto, como dentro de mim. E é aí que mora o perigo.
O coração na juventude oscila com certa facilidade entre as inúmeras sensações que desejam ser experimentadas (e até mesmo as que já o foram). O amor é, de longe, o maior responsável pela mistura de todos os sentimentos em apenas um: nervosismo + estresse + felicidade + confiança + ciúmes = amor. Por conta disso, não se deve entender o coração apaixonado de um jovem, pois suas idéias, comportamentos e atos são coisas incertas, por vezes aleatórias.
E nesse ponto voltamos a meu problema. Em meio a um turbilhão de pensamentos não sou capaz de escolher um único, que consiga me acalmar, me acalentar, me volver sentido à vida. Tenho todas as cartas à mostra na mesa, porém a que preciso se esconde nas profundezas da manga de um terno velho vestido por um homem cujo nome não sei. Aliás, nada sei. E não sei o que será do sentimento que rodeia meu leve e movimentado coração. Se não sei o que será desse sentimento, como prever minhas atitudes por conseqüência dele? Pois é, para variar, não tenho a resposta. Isso porque sou jovem. Tenho coração de jovem. Logo, insisto que não sei. E reluto. Não sei e ponto final.