quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Pétalas

Em constantes desencontros guiados pelo coração, recorro ao sentimento como instrumento de reflexão. Há quanto tempo é nela que penso, por vezes me vejo no espelho de seus olhos, reflexo do desejo, da ambição, da cobiça movendo o instinto masculino, tornando-o simples escravo, vassalo de sua dama, em entreouvidos do platonismo romântico.

Como desvendar os mistérios das garotas, tão frágeis e belas quanto a pétala da rosa, mas ao mesmo tempo, fortes, na personalidade e na habilidade de conseguir sempre o que querem. No momento que precisam, sabem recorrer aos apelos que nós homens, mal acostumados, não sabemos recusar, nem tampouco duvidar da corrupção afagável a qual nos submetemos, por inconsciência ou de braços abertos, a reconhecer a própria subordinação de nosso gênero, tantas vezes, injustamente, é bem verdade, posto à frente do feminino.

A mulher, acima de tudo, com sua graça e esplendor toma por si só nossas dores e temores, vedando as tristezas e carências, trazendo todo o bem que delas se espera em forma de carinhos e só os reprova quem muito aluado for ou a quem a devassa momentânea não atrai, por medo de que se torne intrínseca ou por qualquer outro distúrbio.

Certeza é que o amor a que me refiro me traz tranquilidade para continuar a sonhar e a viver os dias cada vez mais forte e, principalmente, convicto do valor que se deve dar às mulheres.

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Saudade

Me escapa ao almejo
A menina dos olhos
De lisos cabelos
E doce desejo

Pois muito que valha
Mas eis que ela zarpa
E deveras me talha
No peito com farpas

E se caso demore?
Cairei no esquecimento?
Peço que ignore
Tão triste pensamento

Trago a certeza
Em tais olhos se dá a rara beleza
De cor castanha
Tal qual as montanhas
No verão de uma tarde
Que ao menos por ora
Nunca existiu

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Batalha

Em tempos de luta e glória
Na bravura destaca-se o herói
No retorno há sempre a história
E o legado de quem a constrói

Em tempos de dificuldade
O sucesso não é evidente
Encare com muita vontade
Lute com unhas e dentes

Em tempos de fraqueza
Se faz necessária união
Combata as incertezas
Com força e determinação

Nos conflitos dessa vida
Arriscar é perigoso
A derrota é a ferida
Do guerreiro ocioso

Em meio a tantos confrontos
A sabedoria é notória
Preparando os que tanto almejam
O caminho para a vitória

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Ignorância Adolescente

Insisto que não sei. E reluto. Não sei e ponto. As dúvidas perpassam fervorosas a mente de um adolescente. A única maneira considerada útil para buscar as respostas da vida (ao menos nessa etapa dela) é questionar a maior quantidade de amigos possível, de modo a consolidar uma idéia que porventura já se tenha do assunto, ou mesmo aceitar novas interpretações e acatar novos conceitos. Pois bem. Mas não consigo. Quero seguir meu coração. Mesmo diante de uma gama considerável de opiniões, continuo a achar que o caminho mais correto está não somente perto, como dentro de mim. E é aí que mora o perigo.

O coração na juventude oscila com certa facilidade entre as inúmeras sensações que desejam ser experimentadas (e até mesmo as que já o foram). O amor é, de longe, o maior responsável pela mistura de todos os sentimentos em apenas um: nervosismo + estresse + felicidade + confiança + ciúmes = amor. Por conta disso, não se deve entender o coração apaixonado de um jovem, pois suas idéias, comportamentos e atos são coisas incertas, por vezes aleatórias.

E nesse ponto voltamos a meu problema. Em meio a um turbilhão de pensamentos não sou capaz de escolher um único, que consiga me acalmar, me acalentar, me volver sentido à vida. Tenho todas as cartas à mostra na mesa, porém a que preciso se esconde nas profundezas da manga de um terno velho vestido por um homem cujo nome não sei. Aliás, nada sei. E não sei o que será do sentimento que rodeia meu leve e movimentado coração. Se não sei o que será desse sentimento, como prever minhas atitudes por conseqüência dele? Pois é, para variar, não tenho a resposta. Isso porque sou jovem. Tenho coração de jovem. Logo, insisto que não sei. E reluto. Não sei e ponto final.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Amor Subliminar

De onde vem este sentimento?
Onde se esconde o coração?
Recolheu-se, apaixonado, aqui por dentro
Ainda que eu não tenha perdido a razão

Gostei tanto, será mesmo de verdade
Ou será ainda um mero anseio, desejo
Um daqueles que vem e desaparece
Garanto ao dizer, bem à vontade
Estou em busca de seu doce beijo
Tanto que sem ti ao lado, o coração padece

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

A Vida

Certa vez, não lembro quando
Despertou um menino feliz
Pegou uma folha em branco
Traçou seus rumos a giz

Levantou logo cedo
Sem qualquer perspectiva
E buscou, sem medo
Alguma estratégia de esquiva

Procurou deixar explícitos
Da juventude, os devaneios
Mostrar a quem desejasse
Felicidade por diversos meios

Absorto em pensamentos
Esqueceu-se dos pesadelos
Deixou de lado os tormentos
Monstros em vários modelos

Sua obra inspirava a alma
De uma vida em liberdade
Apagou com toda calma
As mazelas da sociedade

O sofrimento não o atingia
A tristeza, tampouco, o convida
Pois esse menino sabia
Como viver uma vida

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Felicidade

Da estadia no velho continente
Voltei de sorriso irradiante
Mas o que não me sai da mente
É seu puro e lindo semblante

Procure o quanto quiser
Encontrar é impossível
Tão meiga mulher
E de amor tão acessível

Contra minha relutância
Apenas vislumbro o momento
Não haverá mais distância
Prevalecerá o sentimento

De romântico já fui chamado
Mas receio não merecer
O amor idealizado
Não é o caso, no meu parecer

Espero sem prazo de validade
Pelo dia do reencontro
Finalmente, para minha felicidade
Seremos um para o outro

terça-feira, 19 de maio de 2009

Insônia

1 da madrugada
Deito-me, viro
Reviro, me cubro
Descubro, penso
Repenso, tenso

Na madrugada fria em insônia profunda
Preciso dormir, pois amanhã é segunda
Procuro, sem êxito, me abster do mundo
O pensamento parece cada vez mais rotundo

2 da madrugada
Pisco, observo
Me enervo, idealizo
Realizo, discordo
Recordo, acordo

Momento melhor que a noite para analisar a vida, não há
Um turbilhão de ideias perpetua-se, vai pelo ar
Já cansado em demasia, a cabeça sem descanso racha
Resolvo levantar, pegar lápis e borracha

3 da madrugada
Desenho, escrevo
Descrevo, rabisco
Risco, misturo
Procuro, escuro

Não aguento, paro
Reparo, deito
Sem jeito, me cubro
Recubro, viro
Reviro, esquento
Tento, não desisto
Insisto, respiro
Expiro, trago
Apago

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Braço Direito

Amizade, meu amigo
Pode vir de tempo antigo
Começar por um ato
Terminar por desacato

Amizade, camarada
À nossa não há comparada
Na base da confiança
Que se releve a distância

Amizade, meu cumpade
É medida na intensidade
Sendo assim não há idade
Para definir uma irmandade

Amizade, meu irmão
Tem que ser de coração
Aceita-se cada opinião
Pois cada um tem sua razão

Amizade, rapaz
Não tem ligação materna
Mostra-se do que é capaz
Para que essa seja eterna

Amizade, meu colega
É pautada pelo respeito
Favor nenhum se nega
A um verdadeiro braço direito

quarta-feira, 18 de março de 2009

Mulheres

Garotas do meu Brasil
Do resto do mundo, por que não?
Resistir é difícil
Sempre caio em tentação

São loiras, morenas
Simpáticas e belas
Só, em tardes amenas
Que falta fazem elas

Em toda complexidade
Do sentimento do amor
Nos jardins da humanidade
Busco a minha flor

Me rendo à arte da poesia
Escrevo com o que me deres
Perco metade do dia
Mas homenageio as mulheres

segunda-feira, 16 de março de 2009

Dose de Palavras

Garrafa e cálice em mãos
Cambaleio, sinto tontura
Apoiado em ombro amigo
Esqueço a atitude imatura

A cabeça se esvazia
O pensamento se consome
O álcool, porcaria
Estraga a vida do homem

Mas que porcaria benéfica
Em termos de diversão
Perdi toda minha ética
Ganhei muito mais emoção

Eis que o prazer para por aí
Quando entram excesso e frequência
Podes levantar ao cair
Mas o vício é a maior consequência

Alegoria

Ó recanto juvenil
É Rio Preto em carnaval
O céu nasce azul anil
Para acinzentar no final

Nascem novas amizades
Talvez, amores de verão
Despertam-se muitas vontades
Paixões vividas em vão

Do alto da varanda a espiar
A multidão em euforia
Bando de loucos a cantar
Da noite à luz do dia

No calor da madrugada
Recolho-me ao colchonete
Na mente lembranças apagadas
De folia, amor e confete

Curto sempre cada momento
Cada minuto, cada hora
Vivo cada sentimento
Como se o último fosse agora

Nos desfiles da escola de samba
A malemolência do carioca
O tamborim retumba
A multidão se sufoca

Carnaval não importa quem se é
Todo mundo se diverte
Paulistas sem samba no pé
Baianos no show da Ivete

Dudu, Rafinha, Aline, Paulinho
Gabi, Duda, Amanda e Luana
Douglas, Leo, Caio, Jú e Riquinho
Thalison, Karol, Bruna e Mariana

Poesia essa que vem de cor
Em 5 dias de muita diversão
Ano que vem será ainda melhor
São os votos de cada folião

O ônibus já chegou
Voltemos ao cotidiano
O carnaval acabou
Esperemos o próximo ano