Já há muito, tenho me proposto falar delas. Aquelas que tudo definem e tudo explicam. Aquelas que nos traduzem um sentimento ou descrevem um pensamento. São elas, pois, as palavras. As mesmas que tanto reluto em dizer, compõem nosso organismo, num refúgio momentâneo, e tendem a terminar (ou mereciam terminar) num pedaço de papel, numa carta de amor ou numa letra de música. Destino simples, fácil de chegar. Ao menos é o que parece. É preciso muita habilidade com elas, as palavras. No entanto, nem tudo está perdido, existe uma saída, ou melhor, uma receita, para o dilema das escritas românticas. Vejamos.
As palavras, na sua concepção mais bonita, formam verdadeiras obras de arte. Poesias, textos, cartas e histórias, escritas com esmero, constituem o que há de mais belo na mistura do léxico da língua portuguesa. Veja bem, não estou puxando a brasa para a minha sardinha, estou somente reconhecendo as maravilhas formadas pelas saudosas palavras. E é necessário imensurável atenção com elas. Se dissermos, por exemplo: “Eu não te amo mais”, o ouvinte subentende que um dia a pessoa que fala já o amou. Agora, se alguém diz “Eu não te amo”, quem ouve recebe a informação de maneira diferente, pois o sentimento amoroso parece nunca ter se manifestado. São casos muito simples e claros. De tola comparação, diria outro. É de tolices, porém, que vive o amor. Os amantes são comumente bobos e infantis no seu trato entre si. Que essa tolice se restrinja apenas aos momentos devidos, não englobando a sagrada hora da escrita.
Peguemos, então, o exemplo da carta de amor. Colocar no papel aquilo que se sente por alguém é, certamente, uma das tarefas mais difíceis na elaboração de um texto. Deve-se tomar cuidado com o que utilizar, para que o teor fique digno de receber a alcunha de carta de amor. Por outro lado, e falo por experiência própria, é fato que, no ápice do sentimentalismo, as palavras saem de mãos dadas, costurando as margens com as linhas do texto. E saem depressa, parece que o coração recebeu o dom da escrita e desandou a por em papel tudo que está nele incluído. Por isso, voltando à introdução, insisto na tese da composição parcialmente léxica da integridade do ser humano. Parcial na qual o maior representante é o coração. A mente nua e crua também possui seus vocábulos, mas nem se compara ao nosso órgão vital. Quem manda no exército lexical interno é o coração. O grande chefe do abecedário intrínseco.
Esse texto, nada mais é, do que uma tentativa de explicar o processo de transferência entre o nosso interior e o papel. Um amálgama de razão e emoção, na busca pela perfeição na escrita. Uma árdua missão, um caminho de obstáculos e armadilhas para os anti-sentimentais. A principal solução, como você, leitor, já deve ter reparado ao longo do blog, é buscar a resposta no coração. Ele dir-lhe-á sempre o melhor atalho para o sucesso. Aliás, ele acaba de me dizer.
Ass: Coração.
É tudo verdade, irmão.
ResponderExcluirAcontece que nem sempre é fácil ouvir o coração,às vezes ele fala baixo demais(por medo), às vezes ele fala alto demais(por euforia), às vezes ele fala em outra língua.
Aprender a transcrever o coração é aprender a escutá-lo. Um exercício de psicografia emocional xD
Sensacional o texto, cvéi.O final apoteótico com assinatura da Grande Bomba Atômica de Sangue(como eu gosto de chamá-lo) foi sensacional, cumpadi, mesmo.
K3
Meu, concordo plenamente com tudo... é muito mais fácil se expressar na frente do papel do que à frente dos olhos de outra pessoa. E sendo que depois de escrito, não pode ser mudado...
ResponderExcluirA caneta somente transcreve as palavras do coração.
Ótimo texto, meu caro
Grande abraço, de alguem que pensa como vc (tu entendeu essa) hehe
Dispensável expressar o quanto eu me identifico com essas palavras, correspondentes às minhas próprias em antigos tempos de dor e alegria...
ResponderExcluir=D
Guii, muito lindoo *-*
ResponderExcluirPalavras, palavras e palavras..ditas ao longo dos nossos dias e as vezes tão pouco valorizada! quantas vezes "EU TE AMO" passa por despercebido aos ouvidos de quem ouve, mas ouve de fato aquele que o coração está aberto e é digno. =**
Parabéns, adorei ^^
Eu nao cheguei a comentar aqui antes? 0.0"
ResponderExcluirOu foi no MSN?
Jurava que li e comentei esse texto! 0.0"
Escrevo aqui primeiramente para dizer que sou um imbecil.
ResponderExcluirSim; só um imbecil comenta para dizer que ja tinha comentado.
Então, comentando:
A palavras são aquilo que tem de mais frio nesse mundo. Os sentimentos não são cartesianos como as palavras nunca deixarão de ser e, por esse claro motivo, nunca haverão palavras para descrever-los.
"As Palavras não definem o que eu sinto". Clichê não? Porem verdadeiro.
Nunca vi uma frase tão claro.
ótimo texto meu caro.
(Tenho a certeza que ja tinha dito isso..-.-")
abraço o/
É, vc tem razão, esse texto é fodão.
ResponderExcluirIh, rimei! Espero um dia ter ao menos um àtrio do meu coração bombeando poema e poesia. Brinks, minha arte é outra.
Cara, você escreve benzão. (eu sei q ouvir isso da Angela é mais válido que ouvir de mim). Qual o seu segredo? Seria a paixão a fonte que mantem esse jovem convalescente, com olhos de criança?
Falei bonito.
O poeta morreu?
ResponderExcluirVida anda tensa, meu cumpadi, noves fora a falta de um assunto pra escrever...tenho pensado em fazer um conto, mas tá difícil juntar forças para começar...relaxa que sai ainda esse mês alguma obra =)
ResponderExcluir"É de tolices, porém, que vive o amor"
ResponderExcluirHaha, você acaba de entrar como poeta/amigo barbudinho para a minha coleção de frases fofinhas!
Devia estar orgulhoso, não é qualquer um que entra não!