Ele fitava o fim de tarde como se fosse a última coisa a fazer na vida. O sol se punha vagarosamente. O oeste se ocupava de uma luz límpida e forte, enquanto o leste já tomava seus tons de escuridão. Logo começaria a esfriar, pensou ele. Mais do que isso, o tempo certamente viraria. Era inverno em Teresópolis e o mês de julho passava rapidamente, conforme ele previra. A companhia de sua namorada o deixara muito feliz, desde o momento em que pegara o carro para se dirigir a sua segunda casa, na serra fluminense. Era necessário sair do praxe da cidade para curtir os poucos dias que lhes restavam de ócio.
E como era bela a vista do jardim. A rocha na qual se sentavam era plana o suficiente para que os dois apreciassem a paisagem abraçados. E não havia momento mais propício para admirar a cena, senão o fim de tarde. Não era preciso um diálogo, os dois estavam cientes da sincronia de pensamento. Era ali. O local deles finalmente fora encontrado. O local com o qual sonhavam há quase três meses. Restrito a eles, sem que ninguém os pudesse alcançar. Não era bem assim, mas o amor os fazia crer no improvável e a proximidade do sonho os fazia felizes ou, até mesmo, ingênuos. Agora, sim, os dois se sentiam em casa.
Passados trinta longos minutos de observação, a chuva começa a cair. Nada que os abalasse. Ele a abraçou mais forte para protegê-la dos gélidos pingos d'água. A tempestade se armara. Finalmente, ele disse: "Vamos entrar um pouco, amor". Ela assentiu com a cabeça e os dois caminharam até a simples, porém, valorosa moradia. Lá dentro, ele acendeu a lareira e sentou-se sobre o tapete de lã. Ela, enquanto isso, preparava um chá na pequena cozinha que ladeava a sala. Já se tornara costume, embora o tempo de estadia não ultrapassasse quatro dias, que os dois curtissem a maior parte do tempo juntos, sem que fosse preciso muitas palavras. Isso porque ainda não haviam se dado conta do que estavam vivendo. Era difícil explicar momentos tão intensos.
Com duas xícaras nas mãos, ela reapareceu ao seu lado. Olhou profundamente em seus olhos e beijou-o. E assim permaneceram por longas horas, nem mesmo a forte tempestade que se abatia sobre as janelas de vidro os incomodava. Pelo contrário, consideravam aquele o cenário ideal para essa experiência única. Aquilo tudo era inédito. Iriam para casa na manhã seguinte. A sensação era de terem vivido uma história. Um conto. Uma memória inesquecível. Mais que isso, um...Priiiiiiiii!
Já era manhã. Foi com grande violência que ele desferiu um soco no despertador. Aprontou-se, pegou a mochila e, desolado, partiu. A rotina voltara. Aquilo fora, de fato, um sonho.
Eu acho que devo admitir que no final eu fiquei meio decepcionada com a realidade, sério. Isso poderia, de fato, ser verdade mas temos que nos contentar com a nossa realidade. Que na verdade não é ruim, hum. Mas enfim, como eu ia dizendo eu depois de ficar desapontada pensei: "hum, eu gostei disso, é (não de ficar decepcionada, claro, do texto).". E fiquei animada sonhando:"e se um dia isso não fosse mais um sonho", é, eu acho que posso dizer que estava sonhando, HUM. Mas isso não vem ao caso... Enfim, amor, eu achei isso muito ótimo, mesmo. (:
ResponderExcluirGui =)
ResponderExcluirmuito lindo, apesar do final surpreendente, não muito feliz, durante o texto tu me convenceste de que fora um história real, até que despertador acaba com literalmente um sonho! Incrível ;)
Ameeei *-*
=* da Gauchinhaa =)
Opa...invasao ao blog do guigui durante a aula do Affonso...xD
ResponderExcluirPow..o romantismo é algo mto desvalorizado hj em dia.
Continue sonhando que quem sabe um dia se torna realidade...=)
Obs: O Luquinhas via te chamar de gay no comentario dele abaixo, quer ver como eu advinho as coisas? xD
po, cara
ResponderExcluirlarga de ser guei
teus sonhos mais heteros nao deixam de ser gays..como ce consegue, cvéi?
ok, brinks. Valorizei o texto, ok!
(direto da aula mais improdutiva de gráfica de todas)
Acho q a onda é ler esse texto na aula de gráfica neh? eu tbm!
ResponderExcluirCara, seus textos são cheios de sentimento, isso é mto bom. Eu acreditava q amor platonico era a única forma de amor que conseguia reviver a essencia do poeta e me surpreendo com voce, que tem mostrado o contrario.
eu sou contra acabar com contos/filmes dizendo que são sonhos! Quem te deu direito a fazer isso com os leitores?! Puta viadagem, falo-mermo. Tome coragem e reescreva o final (obvio q nao estou falando de forma literal, nesse momento falo como psicologo) e depois volte e nos conte.
Eu também sou contra acabar como sonhos, Eric! Tanto é que acabei o conto boladão cheio de ódio com a percepção daquilo como sonho. É revoltante, de fato. Mas quem sabe isso daqui a um tempo não se torna real? Foi essa a motivação que pretendi dar pra Ingrid e pra galera ;)
ResponderExcluirAbraços!
Pensando bem agora... Sonhos são tao reais quanto a realidade. Quer dizer, nosso cerebro funciona perfeitamente igual estejamos dormindo ou nao. e como ele é o unico responsavel pelo o q achamos/julgamos/pensamos, pq nao neh? mas entao, eu sugiro por o ultimo paragrafo desse conto no inicio.
ResponderExcluire parabens pelo texto!
Rá, eu já tinha percebido que era um sonho quando você disse que tinha acendido a lareira. Até parece, Marçal acendendo lareiras... =D
ResponderExcluirPois bem, meu não-safo amigo, gostei muito de seu curto conto! Você é habilidoso na arte de ser sentimental e mesmo assim ser verdadeiro.
E vês! Assistiram ao enterro de tua última Quimera!
A ingratidão - esta pantera - fugiu sem deixar rastros.
(pastiche com o Augusto dos Anjos, meu caro!)